sábado, 28 de abril de 2007

Retalhos da Vida de uma Criança que Quase Não Sobrevivia à Infância

Impulsionador dos meus hábitos de leitura, mais particularmente de Ficção Pornográfica, como as revistas Gina e Tânia, quero relatar-vos alguns episódios da infância desta personagem. Gigante de apelido, a sua vida sempre foi em grande. O seu corpo guarda as marcas de um infância recheada de momentos únicos (e dolorosos), como por exemplo a situação em que tal qual profissional de BTT resolve fazer uma prova de Downhill…pela escadaria do prédio. O meio de locomoção utilizado foi um Triciclo!! Desceu dois lances de escadas de uma forma absolutamente notável. O resultado foi um joelho perfurado, mas a cara de satisfação e a sensação de objectivo cumprido, sobressaíam no meio das lágrimas daquela criança, já tão propensa aos Desportos Radicais. Ainda na área dos Desportos Radicais é indispensável relembrar o momento em que esta personagem ficou literalmente em brasa. Pela altura do Santo António, era tradição mendigar uns tostões de forma a podermos fazer uma pequena festarola com os amigos, reunidos à volta de uma grande fogueira, que posteriormente, os mais afoitos arriscavam um salto sobre as chamas. O Gigante não hesita, com sete tortas da Dancake (sabor a baunilha e morango, as mais enjoativas) no bucho e três litros de Snappy, avança para o grande momento da noite: o Salto. Destemido, ganha balanço ou “galanço” (como se dizia antigamente) afasta-se da fogueira, prepara-se e larga a correr...Subitamente estamos na presença de uma espécie de fogo de artifício itinerante que nos persegue gritando “Ai! Ui! Ai! Está quente! Ajudem-me!” Confesso que, dada a beleza da imagem, o vermelho vivo das brasas no seu torso e os movimentos descoordenados, ficámos estáticos, como se estivéssemos perante a Aurora Boreal. Foi de facto memorável. Dos Desportos Radicais à Ecologia, o Gigante era uma criança sensível ao estado do nosso Planeta e na urgência em ver a deslumbrante operação de remoção das garrafas do Vidrão para um camião, atravessa o Vidro das portas que dão para a varanda, cortando-se em diversas partes do corpo. Mas uma vez mais, a certeza de que todas as garrafas seriam colocadas no camião, fizeram-no esquecer a quantidade de sangue e lágrimas que escorriam pelo seu corpo. Hoje em dia, é um homem feliz, casado e com uma filha linda, porém estes momentos deixaram fortes marcas: tem dificuldades em escrever SMS’s. Afirma que o seu polegar não responde de forma adequada levando cerca de 14min37sec a escrever uma mensagem com o seguinte texto: “Adeus.”

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