segunda-feira, 25 de junho de 2007

SIMPLEX

Como todos nós sabemos, a Burocracia ocupa um lugar de especial relevo na nossa sociedade. Hoje em dia, para qualquer situação, é necessário: um impresso, uma minuta, uma fotocópia do Bilhete de Identidade ou do Numero de Identificação Fiscal. Há depois os comprovativos de morada, que não pode ser um qualquer documento enviado para morada onde residimos…Tem que ser certificado.

Por exemplo, vender na Feira da Ladra......Porque é que não é permitida a venda de todo o tipo de bujigangas(desde cuecas usadas a Spectrum’s) sem a necessidade de tamanha burocracia?

Atentem no processo de inscrição para a atribuição da concessão de um lugar no Campo de Santa Clara:

“(...)Devem os interessados pedir a sua inscrição, mediante requerimento dirigido ao Presidente da Câmara com indicação clara dos artigos cuja venda se pretende, se os mesmos são novos ou usados e do número e identificação dos empregados, se os houver; os candidatos devem apresentar o cartão de contribuinte e os documentos comprovativos do cumprimento das obrigações fiscais.”

Suspeito que na Feira da Ladra, há lá uma rapaziada que não me parece que tenha as obrigações fiscais em dia…

Ora, este tipo de burocracia pode originar situações caricatas…Como o caso da minha colega, que para a finalização de um processo de subscrição de uma aplicação financeira solicitou ao Sr. Alfredo o envio (por fax) da fotocópia do seu Bilhete de Identidade. Pouco depois, recebeu a mesma, mas totalmente ilegível. A folha tinha um borrão preto de alto a baixo.

Dada a impossibilidade de se retirar qualquer dado minimamente perceptível, a diligente colega telefonou ao Sr. Alfredo:

- Sr. Alfredo daqui fala a Cátia, nós acabámos de falar agora há pouco…Recorda-se?
- Sim sim…Recebeu o meu fax?
- Sim e é exactamente por isso que lhe ligo…Acontece que o fax está ilegível…Está todo Preto!

Enorme silêncio.

- Sr. Alfredo? insiste a Cátia para se assegurar que a ligação não teria sido interrompida.

- Desculpe D. Cátia, Eu Sou Preto!!!

Escusado será dizer que por momentos, a Cátia ficou sem saber o que dizer, mas lá conseguiu contornar a situação e recebeu um fax legível.

Menos Papel = Menos Burocracia.

3 comentários:

Anónimo disse...

:D

Opah, que mais há a dizer destes teus relatos? Dominas e pronto, hehe!!!

Hmmm...a Feira da Ladra, esse belo local de comércio...largo período em que lá me deslocava arrastando comigo amigos e amigas que nunca se imaginariam por lá, a passarem por aqueles momentos caricatos próprios do local e acentuados pela emoção da idade (apesar que este team não variou muito com a idade, mas assim cobre-se um publico mais abrangente... hmmm por falar em cobrir... :P ...pronto, já me calei).

As histórias ali geradas foram várias, mas recordo especialmente uma em que após ter partido da bela Moita acompanhado do meu companheiro de venda (ele não vendia, tomava às 6 da matina o seu pequeno almoço de dois sacos de gomas na viagem de comboio, mamava a tablete de chocolate no barco, gozava com a malta que ía comprar à minha "banca", e passeava o resto da manhã pela Ladra), e após um curto período de venadas, às tantas e como nunca antes tinha acontecido o fiscal apareceu e após receber a já habitual resposta dada por toda a gente ali ("Licença? Não sabia, sou estudante, é a primeira vez que cá venho e tal...") proferiu um seco "acompanhem-me". Senti o que como descreveria na perfeição o Artur Albarran: "O Pânico.", "O Medo.", "A tragédia."

Já me via em calabouços, com malta mal encarada a galar-me o olho verde enquanto maquiavelicamente pensavam noutro, a passar por criminoso que teria de ser torturado até revelar onde tinha conseguido aqueles boxers das vaquinhas que tinha à venda...

Afinal, e após irmos de livre vontade e sem grande alarido (exceptuando os óbvios "deixe-nos ir, nunca mais fazemos isto..")atrás do fiscal e escoltados ao longe pelos agentes da autoridade, o destino era o gabinete do fiscal que era dentro da praça, o que se de inicio nos acalmou, mal ele abriu a porta e nos deparámos com um armazém apinhado de mochilas confiscadas prontamente gerou o pânico e definiu uma evidência: que eu ía ficar sem os meus benzinhos todos.

Alongo-me sempre, detalho demais, mas quem me conhece já sabe como é...bora lá à continuaçãoda novela :P

Só vos digo que me (nos) foi apresentada a proposta de pagar uma multa (largamente superior ao que eu vendia), ou serem apreendidos os bens (o que também não me agradava nada dado necessitar da guitarola).

Surge o pedido dos cartões de identificação, e no meio das lamurias, entrego o meu cartão do Politécnico abanando a cabeça ainda não crendo no que me estava a acontecer... "Ai!Vocês estudam no Politécnico de Setubal?"

As vozes angelicais ecoaram, ouvi passarinhos, o Sol brilhou de outra forma pela janelas, os meus olhos viram o Senhor, a luz surgiu diante de mim, se me dessem água aquilo viraria tintol Formosinho num instantinho. "Sim estudamos...", respondi como quem não quer a coisa.

"Hmmm...anda lá,o meu sobrinho" disse ele esboçando um principio de sorriso que imediatamente associei ao facto do tal sobrinho lhe gerar boas recordações.

"Ai estuda?", soltei eu num acto próprio do desepero dum tangas estilo Toni&Zézé.

"Sim o Tó está lá num curso...", nem dei tempo dele acabar a frase. "AIIIIM O TÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓ!!!", ao que o fiscal ainda balbuciou um "mas conhecem-no?" ao que o meu companheiro ao esbugalhar os olhos sem perceber quem seria tal personagem, levou um pontapé tal que o fez berrar (literalmente) ainda mais alto que eu um "ATÃO O TÓÓÓÓÓÓOÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓ!!!!".

Resumindo, deixou-nos seguir caminho, sob promessa de tratar da licença, e mandar um abraço ao sobrinho Tó. Há dias felizes na Ladra. :)

Remédio santo, tratei logo da licença do meu espacinho, e lá passei pelo penoso processo da legalização da minha actividade. Mesmo que tenha sido somente para descobrir que onde se fazia negócio relevante era onde se vendia sem licença. Até ali se aplica a regra, se damos uma de cumpridores acabam todos por nos passar à frente, e fazem bastante mais guita que nós, hehe...

Pouco tempo depois desliguei-me da coisa, foi-se a pica da venda, a adrenalina similar à dos tubos...mesmo que tenha sido no formato dum fiscal e dois policias.


PS: Tó, onde quer que estejas (e sejas) fica aqui um grande bem haja, e vê lá se ligas ao teu Tio porque ele tem saudades tuas. ;)



Abração, S do P do ock

Anónimo disse...

Sssss...tenho de me deixar destes testamentos :P


Abração, S do P do ock

Anónimo disse...

Sergei a tua história fez-me lembrar uma minha,mas essa passou-se no antigo super mercado Delta em Troia:)(Gamanço)e o meu companheiro era o Etel.Só k nós não tivemos nenhum "Sobrinho Tó" e em vez de 1,pagamos... 11!11!tortas Dan cake!!se pensarmos que cada uma custava + - 70$00:)...

ASS:40

30 daqui a bocado vais querer trazer o (*)"Roque Santeiro" para a Tuga:))

(*)Maior mercado de venda ao livre e sem regras de África,quiçá do Mundo!!

Abraço.ASS:40