
Mas o tema deste texto prende-se com uma notícia que li no jornal Diário de Notícias de sábado: “PS quer proibir 'piercings' em zonas sensíveis do corpo.” Trata-se de um projecto de lei que visa a regulamentação na colocação de piercings e na realização de tatuagens. Alegam que estas actividades colocam em risco a Saúde Publica.
A leitura que faço deste tipo de notícias é comparável à incredulidade de um avistamento de um Unicórnio. Deixam-me pasmado. Bem sei que estes projectos de lei carecem de aprofundada reflexão e cuidadosa análise. Assim, o desemprego, as (insuficientes) pensões dos idosos, os impostos, a educação, etc., são dossiers relegados para segundo plano, por alguém que queira pintar ou perfurar o seu corpo.
“Um país não pode avançar sem ter um projecto de lei que proiba os piercings e as tatuagens! São verdadeiras ancoras para o progresso! Devemos aprovar na Assembleia da Républica este projecto e assim chegaremos ao nível da Finlândia. “ Talvez tenham sido estas as guide-lines de Renato Sampaio, o deputado autor da façanha.
Quanto a mim, acho que vou fazer mais uma tatuagem…
Visto que o nosso país se encontra num tal estado de graça e as atenções dos nossos representantes estão viradas para pastas tão importantes como a tinta ou a agulha, julgo ser bastante importante um projecto de lei de regulamente relativamente à incoerência dos símbolos da Páscoa: ora bem, temos amêndoas, coelhos e ovos. Os coelhos não comem amêndoas e tão pouco põem ovos. Afinal em que ficamos?
3 comentários:
No Avenida Central, texto absolutamente certeiro de Pedro Romano. Merece uma leitura.
Esse senhor não conhece aquela velha máxima: se não atrapalhares já ajudas?
Outra tatuagem, Alcides???
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