sexta-feira, 7 de maio de 2010

Tolerância (Zero)

Ultimamente temos sido bombardeados com termos como o Programa de Estabilidade e Crescimento e os sacrifícios que daí advêm, com as comparações com a Grécia, bancarrota, com agências de rating que apregoam o Armagedão financeiro e cintos tão apertados que apenas alguém com uma cintura de vespa os poderia usar ou então alguém que padecesse de uma anorexia extrema. Outra expressão muito em voga é a possível subida da Euribor.

Não sou economista, nem tão pouco tenho formação na área, mas com a visita de Bento XVI a Portugal o governo decidiu dar tolerância de ponto a todos os trabalhadores da Administração Pública no dia 13 de Maio, estando ainda dispensados os funcionários públicos na tarde do dia 11 de Maio em Lisboa, e na manhã do dia 14 no Porto (!) e eu penso: será esta medida estrategicamente sã do ponto vista económico-financeiro?

Sei que Portugal já foi palco de algumas alucinações, perdoem-me, Milagres, lá para os lados de Fátima, mas este senhor não propriamente o D. Sebastião que chegará para a saldar as contas públicas... Para além disso, não estamos propriamente em tempos de vacas gordas e uma medida como esta não vai propriamente engordar as vacas que pastam cá no burgo e muito sinceramente não me parece o Santo Padre vá sacar qualquer coelho do Solidéu para nos tirar deste lamaçal.

Sou da opinião que o Governo não deveria dar tolerância de ponto e a decisão de ir vê-lo caberia a cada um, tirando férias ou aldrabando o patrão com alguma baixa médica.

Se porventura o concerto dos Pearl Jam fosse num dia de semana, eu teria que tirar férias para os ir ver... Felizmente tocam num sábado.

2 comentários:

Rute Querido disse...

Tolerância "zerinho" :o)

Sergei disse...

Há uns dias numa conversa acerca deste assunto com uma pessoa que trabalha no privado e outra na função pública, acabei por ter de dar a minha opinião e respondi algo parecido com "bem, em termos de ser um gesto em prol da visita da referência máxima de uma religião da qual cerca de 85% da população do País se confessam "adeptos" até compreendo. Só que regras justas e lógicas nestas coisas são complicadas de idealizar. É que provavelmente a maioria dos tenham direito a um bónus de tolerância nem lgam ao assunto e vão aproveitar para por exemplo irem até à praia e vanglorizarem-se disso, quando outros que não têm direito à tolerância até seriam dos que lá iriam, e esses acredito que tirariam o dia para estar presentes. Portanto quanto a mim, no limite imaginativo aplicado a um País de "espertos" o justo face ao evento em causa seria que quem quisesse ususfruir de uma tolerância aberta ao sector publico e privado tivesse direito a ela, com o detalhe de ter de usar uma pulseira electrónica para comprovar a ida, sendo que os restantes teriam sempre a opção de tirar o dia de férias e preservar a sua privacidade. Ou extndendo um pouco mais essa ideia alucinada, que para aqueles que alegassem que eram praticantes já com vista a dar a volta ao sistema, seria gentilmente pedida a caderneta de presenças nas missas semanais, e por via das duvidas e por serem somente humanos e poderem ser daqueles que não falham uma mas nada lá vão fazer, ser-lhes-ia atribuida uma função no evento. Julgo que as coisas seriam bem diferentes... Ah, e eu cairia no grupo dos que teria de tirar o dia." Ambos mudaram de assunto, deduzo que um por não achar piada à ideia de ter de usar pulseira electrónica e falhar a praia e o outro porque não falha uma cerimónia mas porque a ideia de ter de contribuir activamente em algo mais "pesado" que o "leve" discurso vão de aparência pós cerimónia semanal o deve ter feito pensar duas vezes.

:P