sábado, 1 de maio de 2010

Urros de Maio

Morando eu nas imediações do Marquês de Pombal e por altura das comemorações do Dia do Trabalhador, torna-se inevitável que oiça os sempre audíveis, invariáveis e previsíveis gritos do povo.

“A Luta continua!”

“O Povo Unido jamais será Vencido!”

Assim sendo e visto que tenho necessariamente que ouvir estes urros de insurreição, dirijo-me aos líderes da UGT e CGTP, no sentido de lhes apresentar algumas alternativas para renovarem os Gritos de Revolta.

Nos tempos que correm, vociferar frases desactualizadas em manifestações é quase tão producente como o jeito que levo para a bricolage (há dias precisei de pendurar umas coisas no tecto e tive que chamar um senhor moldavo que, no momento pagamento e dada a complexidade do trabalho, disse-me com um sorriso que enumerava adjectivos como atado e papalvo:”Amigo pague-me o quiser.” Foram os dez euros mais fáceis e rápidos da sua vida profissional).

Posto isto, lembrei-me de algumas frases (que rimam) que podem causar impacto em manifestações, ajudar na luta de classes, melhorar condições de trabalho e até ajudar na vida sexual de alguns sindicalistas:

“A Plebe... endividada… Só come Entremeada!”

“Ladrões... de Colarinho...só bebem Alvarinho!”

“Patrões ...em pose…Só coçam a Micose!”

“Salário... d’Artola…Nem dá pra ir à Bola!”

“Com contas ...diminutas…Nem posso ir às Pu#$%!”

Amigos da Luta: estas são apenas algumas dicas de alguém que também sente o que vocês sentem…Se têm que o fazer... ao menos que o façam com expressões mais recentes.

Estas, ofereço-as eu, num gesto de agradecimento pelo que têm feito ao longo dos anos.

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