segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Steinbeck

Não se fala de outra coisa: A crise. Subitamente abriu-se a Caixa de Pandora e a razão de todos os males do mundo é a Crise.

Tenho um furúnculo no ânus: É a crise.

Sofro de Diarreia Ininterrupta: É a crise.

Tenho cirrose: É a crise.

O meu hamster já não anda às volta na rodinha: É a crise.

A minha mulher traiu-me: Não é crise…é azar.

Mas o que as pessoas não se capacitam é que esta crise reflecte-se principalmente nos grandes Bancos que foram vítimas de contabilidades criativas e de alguns gestores com ordenados chorudos, também eles bastantes inventivos, no que toca a investimentos.

Pensando bem, o que aconteceu nessas entidades bancárias, não foge muito daquilo que aconteceu nas casas de muitos portugueses, que agora vivem o drama do endividamento. Tudo se resume a contabilidades criativas.

Bem sei que com os ordenados actuais, a poupança é uma ilusão, mas o que é que se espera quando as prioridades das famílias portuguesas estão nos plasmas, nas férias no Algarve, nos telemóveis e outros gadgets?

A crise não é de agora. É resultado de uma série de anos de má gestão dos rendimentos familiares e consumismo desmesurado.

Há dias, lia na revista Sábado sobre o caso de uma família portuguesa, que só em cartões de crédito devia 30 mil euros! Meus amigos… isto não é crise. Isto é sangria desenfreada.

Em 1952, John Steinbeck colocou na boca de um personagem a seguinte frase: “se continuar a vender a pronto nunca serei um homem rico”.

Nunca esteve tão certo.

2 comentários:

Anónimo disse...

Haja uma alma elucidada!!!
Obrigada, Cid, por teres escrito este post!
Estava a ver que ninguém via o OBVIO!
kisses
Frida

Alcides disse...

Pois é amiga Frida, querem fazer da crise um Bode Respiratório...