quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Dois Pesos e Duas Palavras

Comemora-se anualmente, no dia 24 de Outubro, o Dia do Exército Português, data em que se celebra a tomada de Lisboa, em 1147, pelas tropas de D. Afonso Henriques, Patrono do Exército. Este ilustre militar, diferenciava-se entre os demais, pelo seu acurado sentido de estratégia, liderança e principalmente a capacidade inata de perceber português.

Tendo em conta esta efeméride e o perfil de uma figura tão importante na história de Portugal, julgo ser adequado relatar-vos uma história de alguém que nunca poderia ter sido um líder. Não pela falta de sentido de estratégia e liderança, mas pela incapacidade de perceber a língua materna em situações de stress.

Passou-se nos idos anos noventa. Na altura, o recenseamento militar era obrigatório e se o nome dos mancebos constasse na lista de passagem à reserva territorial publicada nos editais da Câmara Municipal, era sinal que não teríamos bolhas nos pés durante um par de meses, ou que também não iríamos conhecer aquele tipo castiço de Vila Nova de Famalicão que estaria presente em todos os acontecimentos importantes da nossa vida, pois tinha ido comigo à Tropa.”

Assim, esta personagem (actualmente emigrado num país Europeu) é chamada à Inspecção Militar, que nem sempre era vista com bons olhos pelos jovens. A inspecção militar comporta uma série de exames físicos que incluem, um exame oftalmológico, exames de audição, etc. Os recrutas são também medidos e pesados. E foi aqui que o nosso protagonista falhou.

Na altura da pesagem, os Oficias ordenaram ao recruta que se dirigisse para a balança, no sentido de ser (espante-se!) pesado. Espantado com a ordem, o recruta hesita. O Oficial torna a gritar. O recruta permanece estático. O Oficial, no limite da paciência, grita: “BALANÇA CA#%&#$#!!!”

É então que se dá o que não era expectável: a personagem, intimidada com os gritos do Oficial acede ao que lhe é pedido e inicia um movimento oscilante da esquerda para a direita, balançando o seu corpo de um lado para o outro. Houve claramente uma má interpretação do português, o que por vezes acontece…

Quis o destino que o seu futuro não passasse pela carreira militar. Imaginemos que num cenário de Guerra, a este militar era dada a ordem para Disparar…Provavelmente ele gritaria: “Pára!”

Se o D. Afonso Henriques fosse assim, hoje falaríamos espanhol.

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