Estava na Estação de Metro Alvalade, quando entra um Dread: calção abaixo do rabo, T-shirt do 50 Cent, colar do 50 Cent, casaco de fato de treino branco (com o capuz na cabeça) e uns Ray Ban espelhados no rosto. Tinha aquele andar típico dos rappers americanos…calçava uns chinelos que demonstravam já algum cansaço. Estira-se no banco, em pose de Gangsta Rapper.
Não era um Rapper, mas era Gangsta.
Duas estações à frente, entram os Fiscais. O Primo não perde a pose.·Começa a rotina da apresentação dos títulos de viagem, fossem eles passes ou bilhetes. O Primo, com os pés no banco da frente, de braços cruzados, mantém a postura. Os fiscais aproximam-se...
Ao chegarem ao “nosso” Primo, os fiscais, pedem-lhe o respectivo bilhete e perante tal pedido eu e a plateia daquela carruagem de Metro fomos brindados com uma interpretação teatral fabulosa, digna de um Globo de Ouro. Ao melhor estilo do Fernando Mendes em Nós os Ricos. O tema da interpretação era: “Onde está o bilhete…que não comprei?”
Nisto, o Primo, apalpava bolsos, abria e fechava a carteira, olhava para debaixo do banco procurando o utópico bilhete e com a subtileza de um elefante numa loja de porcelanas, vai-se aproximando da porta, numa clara tentativa de fuga. O fiscal, que pesava pouco mais de 107 kg, facilmente entendeu o elaborado plano de fuga e quando o Primo tentou fugir, nem teve de se mexer…Já estava na porta.
Houve ainda um pequeno momento de tensão e alguns empurrões, mas o Primo, foi cercado por um grupo de fiscais que apareceram sabe-se lá de onde e a coisa rapidamente serenou. Foi convidado a sair do Metro e apresentada a consequente coima.
Moral da história: perante a adversidade, vale sempre a pena tentar fazer valer qualquer dote que tenhamos, seja ele o da interpretação teatral ou qualquer outro, mais que não seja para animar o pessoal. Eu diverti-me.
sábado, 18 de agosto de 2007
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário