segunda-feira, 22 de março de 2010

Inspiração...numa viagem de comboio


O senhor meu marido, mais conhecido por todos como "o senhor EXCEL", andava a remoer este tema há muito...vejamos o resultado, que é no mínimo brilhante :P

Taite bitaite

"No outro dia apercebi-me nas traduções automáticas dos pais de crianças pequenas e que começam a palrear qualquer coisa. Ultimamente a minha cunhada quer mostrar as evoluções linguísticas da minha sobrinha do meio. “Diz lá como se chama o tio?!”, ao que a minha sobrinha corresponde com um “ueeenhe”. Tradução imediata, acompanhada de um sorriso triunfante e orgulhoso: “Duarte!”. Não contente, prossegue com mais exemplos, “que queres no pão?”, “teteeeta!!!”. Claro está, segue-se e respectiva tradução, “manteeeiiiga!”.

Esta atitude tem uma grande preocupação pedagógica, ao reforçar a forma como a palavra deve ser dita, a criança fala como consegue e em seguida o progenitor demonstra a forma correcta de o fazer, para que a criança vá tentando imitar. Para quem está de fora a ouvir até tem piada, é como um jogo em que se tenta adivinhar o que a criança quer dizer.

Esta situação está mesmo a pedir a analogia para os políticos quando vão para a televisão dizer uma conjunto de chavões e ideias cheias de intenções, mas com pouca substância. Como o Português proferido, na maioria dos casos, até é correcto, a tradução é feita para linguagem gestual. Já estou a ver a senhora no canto inferior direito da imagem, enquanto o ministro anuncia as novas medidas de combate à crise, a apontar para os telespectadores e, de seguida, a efectuar movimentos basculantes com o dedo do meio da mão direita por entre uma argola feita com a mão esquerda.

Reparei também que por vezes a tradução acaba por não ter o maior peso na relação com a palavra original, tanto que a minha sobrinha passou a chamar-se quéqué. Mas pronto, é chique."

2 comentários:

David disse...

É verdade! No outro dia estava a jantar e a ver o telejornal e ouço a minha filha (a irmã do miúdo ruivo) de 8 meses dizer bâ dêeee nhaaam ma.
Claro que cá em casa todos compreenderam e até concordaram. Caso tenham tido alguma dificuldade em perceber todas as palavras, aqui fica a tradução: estes políticos são cá uma cambada....


Mas estes comportamentos de tradução automática não são exclusivos de pais de crianças pequenas.
Recordo um episódio em que ouço uma espécie de palrar no momento em que me estava a encostar a uma arca frigorífica de vitrina. O som emitido foi qualquer coisa como: cdade cdá toque.
Depois de proferir um educado hã?, com o intuito de perceber o que me tinha sido dito, voltei a ouvir o mesmo som. Obviamente, continuei sem perceber! Mas para não ser mal-educado, não voltei a questionar a pessoa. Contudo, como a minha expressão facial denunciava a minha falta de percepção, a prima veio imediatamente em seu auxílio e traduz aquele som na seguinte frase de aviso: cuidado que dá choque.


PS: Se tivesse dado choque, certamente não teria dito hã?.

Sergei disse...

Mr. Engineer Excel, muuuuuuuuuuuuuito bom!!!!!!!!!!!!!!!