sábado, 28 de fevereiro de 2009

Era uma vez...

um pequeno reino chamado Portucalo. O reino de Portucalo era governado por um austero e algo conflituoso monarca, de seu nome D. José Sóquetes. Reza a lenda que o chefe de Estado, não concluíra os seus estudos mas que adquiriu o seu título de iluminado, em troca de algumas cabeças de gado e um pedaço de terra. No inicio do seu reinado, costumava sentar-se na cadeira da esquerda, mas à medida que o tempo foi passando foi-se chegando cada vez mais à direita.

Estamos em pleno século XVI, altura em que os nobres responsáveis pela gestão dos pequenos feudos de Portucalo desenvolvem uma corrente que cinco séculos depois continuaria a ser utilizada, a Corrupção.

Vive-se também o período onde as várias formas de manifestações públicas eram severamente censuradas.

Enquanto o Clero continuava envolvido numa redoma de preconceitos e obscurantismo, o povo divertia-se com um desporto colectivo praticado com um objecto redondo feito de panos. Anos mais tarde sofreria um up grade e seria baptizado de Futebol. Mas o povo gostava de também do Entrudo, altura em que aproveitava para exteriorizar alguma revolta e satirizar os seus governantes, através das suas actividades carnavalescas que contemplava sempre um desfile, com carros alegóricos.

Numa dessas ocasiões, as sátiras foram vítimas de censura. Acontece que o povo desenhou, a giz, numa Ardósia, a figura de várias mulheres sem roupa. Como quem tinha “inventado” a ardósia, tinha sido D. José Sóquetes (o monarca contava enviar para a Venezuela cerca de um milhão de ardósias, em troca de alguns favores económico-financeiros) aquilo foi uma afronta e mandou retirar a ardósia do carro alegórico.

Mas o povo também gostava de se instruir e de vez em quando organizava feiras de livros. Numa dessas feiras estava a ser vendido um livro cuja capa era um famoso quadro de Coubert (que ao melhor estilo de Regresso ao Futuro, só nasceria alguns anos depois). Por considerar que aquele livro pornográfico, as autoridades do feudo retiraram o livro da feira. Anos mais tarde esta prática passou a ser norma e nome das autoridades do feudo passou a ser PIDE.

Estes são apenas alguns episódios de um reinado pautado pela incoerência e que no fecho desta edição, ainda não tinha um fim escrito, mas pelo andar da carruagem prevê-se que o monarca foi deposto…

Sem comentários: