A viagem a Cuba acabou por se tornar numa decepção.
Havana é uma cidade linda e romântica, com a mística de outros tempos mas completamente destruída. Ficámos no histórico Hotel Nacional, onde tivemos a oportunidade de assistir a um concerto de uma banda onde figuravam os dois filhos de Compay Segundo, ícone da música cubana e membro do Buena Vista Social Club. Foi o momento mais alto da viagem e ocorreu na primeira noite.
Basicamente, o que retive desta viagem é que apesar do governo Cubano providenciar Saúde e Educação ao seu povo há um sentimento de revolta e resignação latente. O simples facto de falar contra o governo garante 25 anos de prisão. O ordenado ronda os 15 € e uma embalagem de um qualquer dentífrico custa 2,5€. Uma hora de acesso à internet custa aproximadamente 10 €. Os preços são exorbitantes. Existe uma moeda específica para turistas (que são literalmente roubados com os elevados preços).
Muitos jovens querem uma vida melhor, mas a impossibilidade de viajar limita-lhes os horizontes e os sonhos. Os corajosos, arriscam uma viagem de seis dias (num qualquer barco improvisado) até Miami.
Como pode um homem/regime limitar a vida e os sonhos de tanta gente?
Não cheguei a qualquer conclusão…Apenas fiquei triste…
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
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13 comentários:
Antes de mais.. bienvenido de vuelta. E sim... quando não nos deixam sonhar, o que fazer?
Boas vindas!
E o calor humano e simpatia daquela gente?
Esse sentimento de tristeza revela a boa pessoa que és!
Muitos vêm extasiados com a (medíocre) sensação de riqueza e poder, alavancada pela diferença económica perante aquele povo. E a outros, é-lhes indiferente.
No fundo, essa tristeza é um grande sentimento.
Grande Alcides!
Pois é meu AMIGO.
Comunismo comunismo, negócios à parte.
Concordo com o que dizes, é desesperante sentir o povo e as suas necessidades de ser mais do que um simples oprimido. Mais preocupante se torna quando te apercebes que eles são inteligentes e cultos para o perceberem, a angustia é ainda maior.
Quanto à viagem, eu adorei, Havana é pura imaginação, mesmo degradada faz-nos sonhar. Pensar e imaginar como seria nova, cuidada.
Na revista do Público de sábado, 31 de janeiro, vale a pena ler sobre Cuba.
Bem-vindo!
Ao ler o teu texto, faz-me recordar, numa outra orbita o q senti quando fui à Índia.
Sensação de tristeza, impotência...
Beijos. Bu
Obrigado pelas boas vindas.Trata-se mesmo de uma experiência muito pessoal..No transfer do hotel para o aeroporto fomos num autocarro só com portugueses e fiquei a plena sensação que tinhamos estado em países diferentes..Mas ainda bem que é assim..li o artigo do Publico que de certa forma vai um pouco ao encontro do meu ponto de vista..e dá alternativas aos roteiros habituais..que talvez seja mesmo o melhor a fazer..venha o próximo país..Croacia?:-)
Sabes porquê? Porque há um embargo económico há décadas. Está respondido?
Não! O embargo não é o culpado de tudo.
Poder económico e liberdade não são sinónimos!
O embargo limita mas não proíbe! O embargo não proíbe de falar, de viajar, ...
E que outra forma havia para os cubanos continuarem a ser de Cuba e não Ocidentalizados?
Livre, Cuba seria um país para todos os gostos, como outro qualquer. Onde todos, aparentemente, teriam as mesmas oportunidades.
Não se trata de uma questão de Ocidentalização..porque os Cubanos querem ser Cubanos..Mas na Europa as fronteiras estão abertas e os povos não estão a perder identidade..Há uma maior diversidade é certo...Mas continuas a ouvir fado em Lisboa, a comer tapas em Madrid e a beber Proseco em Roma...
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