Que país é este onde as noticias de idosos que morrem em casa sozinhos, é tão frequente quanto os anúncios da cadeia de supermercados do grupo Jerónimo Martins?
Como é possível num país supostamente evoluído se descobrir o corpo de uma idosa, nove anos (!!) depois da sua morte? Onde pára a Assistência Social? Estes, são evidentemente casos em que a Assistência Social tem uma papel demasiado importante a desempenhar, mas que lamentavelmente não o faz…Ou por ineficiência, ou desconhecimento ou pura incompetência!
Mais grave e absolutamente mais premente que culpabilizar a Assistência Social, trata-se aqui de realizarmos um exercício de reflexão e deixarmos de lado a hipocrisia que nos rodeia. Porque, verdade seja dita, estes casos impressionam, mas “felizmente” não nos tocam a nós. Indignamo-nos mas…é algo que está ali…na televisão, longe de nós.
Eu assumo que não quero ser velho. Não são raras as vezes que o dito. Quem é que imagina para si a visão da decadência física e mental? Mas a inevitabilidade de envelhecer não está ao meu alcance.
Portugal continua a envelhecer, e para além de se reconhecer o valor inestimável da família e dos vizinhos, que facilitam a permanência do idoso no seu quadro habitual de vida, é urgente uma intervenção política no sentido de proteger os idosos e afastá-los do isolamento.
Mas ainda mais importante, é termos a capacidade de nos responsabilizarmos colectivamente e elevarmos o nosso sentido de cidadania, porque de outra formam continuaremos a ver os “anúncios do pingo doce” a serem “publicitados” com a mesma frequência.
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
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