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Na sequência do anterior post do mano Alcides podia seguir na linha de um sorriso semelhante ao da Rafaela, e tal como os que me conhecem sabem que reajo muitas vezes optando por somente fazê-lo e não me pronunciar. Mas mesmo mantendo esse sorriso não me pareceu suficiente fazê-lo desta vez.
Talvez por desde pequeno ter tido à minha volta um conjunto de pessoas próximas que por serem desde os mais veemente crentes (convém a bem do esclarecimento referir que deste leque fazem parte católicos, muçulmanos, judeus, com sub-especificidades individuais entre todos eles), passando pelos mais profundos ateus (ou agnósticos), até a acérrimos mas esclarecidos defensores da ciência (que no âmago do estudo dos fenómenos do universo tende a colidir com a existência de Deus), me fizeram desenvolver de forma esclarecida e isenta a opinião que tenho hoje.
Não podia por isso deixar este assunto passar sem dar a minha opinião e fazer aquilo que com os supracitados aprendi, e que no seio de amigos tento fazer: partilhar o que penso da mesma maneira que aceito a partilha de quem expõem o que pensa.
Para esclarecer logo à partida que a ideia não é refutar o motivo que me leva a escrever, mas sim expor o meu ponto de vista, basta referir que ao ler as inúmeras teorias e artigos publicados, recordar conversas nas quais se defenderam teses e opiniões de parte a parte, ou simplesmente pesquisar na internet, se percebe que se cairia num buraco negro ao tentar obter uma resposta simples: conclusões peremptórias não existem, teorias proliferam, e facilmente por algo que vale a pena debater se criariam cavalos de batalha. Por isso não vou nem nunca irei por aí.
Aproveitando para me posicionar na actualidade, quando surge o suposto “reforço” das teorias de inexistência de um Deus pela recriação recente no CERN do Big Bang, alegando-se que este facto demonstraria não haver necessidade de intervenção externa para dar origem a um universo… convém lembrar que esse facto não o faria resultar num universo organizado e funcional. Citando “bastariam os valores de certas constantes fundamentais terem sido diferentes aquando da criação e o universo não permitiria sustentar a vida como a conhecemos”.
Mas cingindo-me à questão da justificação para quaisquer causas naturais e seguindo pela linha da ciência, sabemos com aquilo que por ela foi (até agora) possível provar/definir que tudo se rege por leis e equações e que se tende sempre para o equilíbrio, daí que a nossa existência (e de tudo o que nos rodeia) só possa igualmente seguir sujeitando-se a esses princípios. A partir daí e em relação a tudo o resto só se poderão tecer opiniões, sempre inconclusivas e somente assentes em teorias (uma vez mais de parte a parte), sem um ponto final de debate à vista. Inclusive relativamente a Algo que se optarmos pela defesa da teoria da sua inexistência, deixa de fazer sentido adicionar à equação para explicar esse equilíbrio.
Daí que para mim com base na crença assente na ciência e na religião, livre-arbítrio e omnisciência divina (para quem acredita) não colidam, e ao invés só possam coexistir.
No que me diz respeito, eu acredito… e sem crises de Fé. Mas isso é somente uma posição, a minha. :)
Abraços, viva a variedade de pensamentos e opiniões abertas, e o encher as medidas com isso mesmo ;)
PS: Do muito disponível que se pode “googlar” encontrei esta já antiguinha (por não ser um artigo de defesa de algo, mas sim de esclarecimento) mas que há 9 anos atrás em formato papel serviu para me adicionar mais uns grãos a este processo chamado aprendizagem. Com uma abordagem “clean”, fundamentada, e imparcial: http://super.abril.com.br/ciencia/deus-existe-441875.shtml
3 comentários:
Eu acredito...que no dia em que as nossas opiniões não forem diferentes estaremos a caminhar para o abismo..acredito também que é importante coexistirmos enquanto seres humanos, indepedentemente das opiniões e formas de pensar...Como diria o Neil Young: keep on "thinking" in a free world...
Sinto-me muito lisonjeada por ter sido brevemente citada neste post.
Bem Sergei, eu estudei religião e teologia durante alguns anos - e foi de facto uma área do conhecimento que sempre me fascinou. Compreendo seja a tua percepção, seja a do Alcides. Acredito em Deus mas não tenho andado com muita força psicológica para argumentar a Seu favor. Mas é bonito como dois amigos conseguem ter uma visão radicalmente oposta e permanecerem em harmonia.
Subscrevo inteiramente o "viva a variedade de pensamentos e opiniões abertas, e o encher as medidas com isso mesmo ;)"
Obrigada a ambos pelos textos.
Frida
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